INTRODUÇÃO:O tema que escolhi para desenvolver no meu projeto de dissertação são os espaços públicos da cidade onde ocorrem os eventos de entretenimento de cunho cultural/artístico e a relação que estabelecem com a cidade como local de encontros culturais.
Após uma pesquisa bibliográfica, percebi que, os autores que trabalham os eventos efêmeros na cidade, no urbanismo, são bastante escassos e, não chegam a se tornar livros ou bibliografias referenciais, se conformando várias vezes através de pequenos artigos.
Dediquei-me a leitura de alguns artigos e, acabei encontrando dois autores que tratam de maneira mais direta ao tema do evento e a sociedade. O primeiro é o Guy Debord, com o seu livro e filme "Sociedade do Espetáculo" que, faz uma crítica à sociedade mediatizada por imagens, com um escopo marxista bastante veemente na qual o espetáculo é compreendido como um instrumento de alienação do cidadão. O segundo autor é o Bernard Tschumi que, defende a idéia de que não há arquitetura sem eventos e, por conseqüência, que, arquitetos tem que saber projetar eventos em seus edifícios.
São dois autores que não conversam diretamente, mas acredito que através de dois pontos de vistas bastante específicos, serão capazes de alimentar o debate abordando temas como espaço, efemeridade, espetacularização e sociedade, conceitos que me despertam curiosidade e fascínio pela gama de idéias que deles surgem as diversas situações urbanas contemporâneas em que vivemos em nossa cidade.
Guy Debord nasceu em Paris em 1931, E NOS ANOS 60, ajudou a fundar, e a desmanchar, o grupo de pensadores anti-modernistas que, ficou conhecido como a Internacional Situacionista.
O livro Sociedade do espetáculo foi escrito em 1967 na França e, foi através deste, Debord fez uma apologia Marxista da sociedade de seu tempo.
Interessante notar que, Debord critica a sociedade da espetacularização, pois é através dela que, se estabelece o controle da massa, utilizando-se do evento para alienar as pessoas de sua realidade e, dessa maneira, não promover o desenvolvimento intelectual da mesma. Debord, junto com a Internacional Situacionista, criou a Teoria de Deriva e a idéia de espaço urbano labiríntico, ambas as teorias visavam a criação de situações urbanas de encontro e desencontro, através do tratamento do espaço urbano por acontecimentos eventuais que, favoreciam uma multiplicidade e riqueza de percepção espacial mais completa, a respeito da cidade.
Bernard Tschumi é arquiteto nascido em Lausanne em 1944 e, uma de suas obras arquitetônicas mais significativas foi o Parc La Villette.
Tschumi publicou alguns livros que tratam os eventos e suas relações com a arquitetura e urbanismo. Vou abordar as seguintes bibliografias desse autor: Spaces and Events (1994), Architecture and Disjunction (1996) e Event-cities vol.1 (1994), vol.2 (2000), vol.3 (2005).
A abordagem de Tschumi com relação a eventos, toca no ponto dos eventos enquanto possibilidades espaciais, os eventos conformadores dos espaços e, do confrontamento de eventos heterogêneos simultâneos no mesmo espaço.
Rio de Janeiro, Agosto de 2009;
Tentarei no presente trabalho, estabelecer um diálogo entre os dois autores, a partir de suas obras literárias, procurando estabelecer ligações, comparações a fim de buscar pontos comuns e divergentes entre os dois teóricos.
1. ESPETÁCULO VERSUS EVENTO“O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediatizada por imagens.” 1
“Não há espaço sem evento, nem arquitetura sem programa”Debord diz que, o espetáculo tem uma importância muito maior que a importância imagética: ele tem a importância de interagir com a sociedade.
Essa interação, essa relação entre pessoas se conforma através: 1) das pessoas que promoveram o espetáculo; 2) das pessoas que participaram do espetáculo; 3) das pessoas que assistiram ao espetáculo.
Porem, o que Debord diz não explicitamente nesta frase é que: é o espetáculo que vai mexer com a imaginação de quem o assiste. Quem, na verdade produz as imagens é o espectador. O espetáculo não é estagnado, ele é movimento, tempo, ação e interação que, ajudam o espectador a produzir as suas próprias imagens, imagens estas que podem ajudá-lo a entender a sociedade em que vive. Logo, o espetáculo é o responsável pela produção de imagens no espectador.
Na afirmação de Tschumi, espaço e evento andam juntos enquanto que, arquitetura e programa também. Sendo a arquitetura uma arte que trata o espaço, a arquitetura também é uma arte que trata o evento pois, segundo o autor, o espaço não existe sem evento.
Na leitura do livro Architecture and Disjunction de Tschumi, entende-se que, ao falar evento, o autor não fala de espetáculo mas, sim, fala de ação, de conflito. Logo, o evento de Tschumi está mais para uma atitude, uma ação qualquer, ou até mesmo, de ações cotidianas enquanto que, o espetáculo de Debord é uma ação espetacularizada.
Podemos entender que, o espetáculo sempre é evento mas, o evento, nem sempre é espetáculo. Aqui se estabelecem a relação entre o espetáculo (Debordiano) e evento (Tschuminiano). Logo, se o espetáculo sempre é evento e, se o evento é matéria da arquitetura, tem-se a confirmação de que o espetáculo é matéria da arquitetura ou, se entendermos que Tschumi usa o termo arquitetura quando fala de cidade, podemos também entender que o espetáculo é matéria do urbanismo.
Ambos os autores tratam da ação no espaço e, logo, tratam de arquitetura e de cidade porém, enquanto falam da mesma coisa, possuem olhares que levemente se desencontram: um está preocupado com o evento e sua relação social, enquanto que, o outro está preocupado com o evento e sua relação espacial.
2. IMAGENS E MÍDIA“O fluxo de imagens domina tudo, e é igualmente qualquer outro que governa a seu gosto este resumo simplificado do mundo sensível;” “não deixando nenhum tempo para a reflexão, e em absoluto, independentemente do que o espectador possa compreender ou pensar.”2
”A frequente diseminação popular de imagens arquitetônicas através de revistas, transformou a arquitetura em um objeto de contemplação passiva, ao invés de um lugar de confronto entre espaço e ações”3Aqui, ambos os autores tocam num ponto muito importante para seus livros: foi o excesso de imagem, de mídia, de propagação e, talvez, podemos dizer até de velocidade, que, nos “cegou” e nos impossibilitou temporariamente de ver a essência do objeto de estudo destes autores, sejam eles o espetáculo ou o evento. A partir do momento em que se prefere “a imagem à coisa”, outros sentimentos e verdades são levantados ao invés de, realmente lidarmos com o objeto da imagem e, logo, passamos a interagir com o que vemos e, não, com a realidade que se é mostrada. As imagens passam a ser a simplificação do objeto.
Logo, tanto o espetáculo quanto a arquitetura, objetos reais e potenciais para importantes discussões e para o desenvolvimento da sociedade, passam a ser objetos quase que intocáveis, sem vida, não vivenciáveis, do ponto de vista de que não serão compreendidos em sua potencialidade mas, sim, compreendidos na sua aparência, na imagem que despertam. O espetáculo e a arquitetura deixam de ser o estimulo ao pensamento e, suas imagens passam a ser o objeto em discussão, passando-se a se desejar o “ver” ao “viver”, o “presenciar” ao “interagir”.
É óbvio que, as imagens que Debord fala, não necessariamente impossibilita o espectador de pensar mas, muito pelo contrário, estas imagens também nos trazem informações e nos despertam reflexões, o excesso midiático não impossibilita a sua discussão mas, é importante identificar que, a discussão de imagens não se basta para a discussão do problema, que a discussão de uma arquitetura através de sua imagem, não alcançará seu objetivo se não for vivenciada in loco. Portanto, o que pode acontecer é que, a grande quantidade de imagens nos impossibilite de analisar rapidamente o que elas dizem: ou vemos poucas imagens para analisa-las profundamente ou, vemos muitas imagens e as analisamos superficialmente.
3. O ÁPICE EVENTUAL“quanto mais ele contempla, menos vive; quanto mais aceita reconhecer-se nas imagens dominantes da necessidade, menos ele compreende a sua própria existência e o seu próprio desejo.”4
”Para Focault, um evento não é uma simples sequencia lógica de palavras e ações, mas é o “momento da erosão, colapso, questionamento, ou problematização de muitas presuposições de configurações com as quais, um drama talvez apareça – ocasionando a chance ou possibilidade de outra, diferente configuração”5Aqui, ambos os autores tentam chegar ao ponto onde, estes, o espetáculo e a arquitetura, tem o potencial de transformar ou, alterar o indivíduo que o presencia, que o vive, os autores tentam chegar ao ponto ápice onde esta força de despertar sensibilidades é tão forte que, tem a capacidade de gerar uma nova existência ou uma diferente configuração.
Porem é interessante notar que, Debord, neste trecho, está preocupado com o fato de o espectador ver o espetáculo ao invés de viver a sua vida. Para Debord, é mais importante que o espectador vivencie suas próprias experiências ao invés de aprender com o que lhe é mostrado. Debord não aceita o fato de que o espectador possa se reconhecer ou não no espetáculo, possa criar ou não subsídios para o auto-conhecimento mas, ele simplesmente defende a idéia de que, o espectador aceita o espetáculo enquanto verdade e, este não teria a capacidade de se defender de sentimentos ou imagens que lhe agridam.
Enquanto para Tschumi que, cita Focault, o evento, é o real ponto onde há conflito, erosão, embate, choque e, é necessária que esta “guerra” seja travada para que possa ser dada uma nova configuração. Para Focault, é o evento o despertador de situações questionadoras que, tem o potencial de reconfigurar, de gerar drama e sentimentos, de possibilitar uma ocasional mudança.
Resumindo, para Debord, o evento é aceito pelo espectador sem chance de questionamento e, para Focault, o evento é o potencial fator de questionamento.
4. HISTÓRIA E REPRESENTAÇÃO “O julgamento de Feuerbach sobre o fato de que o seu tempo preferia «a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade», foi inteiramente confirmado pelo século do espetáculo”
”A reduçãao da arquitetura como uma forma de conhecimento para a arquitetura como um conhecimento da forma”6
”Do modernismo ao pós-modernismo, a hsitória da arquitetura foi repentinamente transformada em história de estilos... reduziu a arquitetura a aum sistema de superfícies e sinais”7Ambos o autores reafirmam que os seus objetos de estudo, o espetáculo e a arquitetura, tornaram-se imagem, sinais e representação e, se formos mais longe, os seus objetos de estudo foram reduzidos a aparência, cópia e sistema. Existe também uma relação entre imagem e tempo. Pode-se identificar claramente que esta obsessão por imagem está fixada temporalmente: o século do espetáculo para Debord e, do Modernismo/pós-modernismo. É coincidente notar que, Sociedade do Espetáculo foi escrito em 1967 que, se rebatido para a historia da arquitetura, vai se encaixar justamente no momento do modernismo onde a importância da função e do programa é deixada de lado e, a plástica e a forma são valorizadas.
É interessante também, notar que ambos os autores encaminham estes trechos para uma relação de branco/preto, sim/não e tudo/nada. Vale ressaltar que, os autores estão falando de um dos vários layers de seus objetos de estudo. O que eles verdadeiramente criticam é o excesso de peso com que esse único layer é exibido ao invés de todo o conjunto do objeto. Por exemplo:
1) espetáculo: enredo, tempo, cor, forma, arte, cultura, imagem, etc
2) arquitetura: forma, função, espaço, uso, tempo, estilo, cor, material, sons, etc.
É como se o espetáculo fosse somente a imagem e a arquitetura fosse somente a presença de estilos. Podemos entender essa postura neste período histórico, uma vez que, imagens são mais facilmente transmitidas midiaticamente do que espaço ou tempo ou função que, são mais difíceis de serem transmitidos pois, necessitam geralmente, da presença in loco.
5. ARTE SOCIAL E ARTE ESPACIAL “O fim da história da cultura manifesta-se em dois aspectos opostos: o projeto da sua superação na história total e a organização da sua manutenção enquanto objeto morto na contemplação espetacular.”8
“questões de intertextualidade, múltiplas leituras e códigos ambíguos deviam integrar a noção de programa”9Nestes trechos, ambos os autores estão falando da artisticidade de seus objetos: Debord, enquanto a relevância do espetáculo artístico para a sociedade e, Tschumi, enquanto a espacialidade eventual.
Neste capitulo do livro de Debord, ele deixa claro sua interpretação de seu tempo onde, a arte deixou de ter um foco na temática da história e passou a ter um foco abstrato, artístico, se afirmando algumas vezes até mesmo como sendo independente de cultura e, assuntando temáticas de valorização do instante, da vida, do agora. A arte passou a ser pela arte e, não pela sociedade, e então, tornou-se para ele (Debord), “objeto morto” e contemplativo. Porém, da maneira como Debord coloca em seu discurso, dá-se a entender que, esse objeto morto ou, seja, a arte pela arte, não teria um potencial discurso educativo e, possivelmente, não deveria continuar existindo, assumindo uma postura extremamente radical em relação ao desenvolvimento da sociedade.
Tschumi traz a percepção do evento como um objeto potencial de múltiplas leituras, para ele, quanto mais significados e heterogeneidade for apresentado em um espaço e em ações neste espaço, mais valorado será o evento e o uso da arquitetura.
A arquitetura e o espaço se fazem valer como objeto artístico à medida que conseguem reunir diferentes leituras, múltiplas ações, combinações e descombinações, heterogeneidades a fim de, integrar a noção de programa que, não poderia ser estático e fechado mas, sim, aberto e receptivo a diferenças, se conformando como o lugar do democrático e do novo, se reinventando a cada instante, à medida em que pode ser atualizado e mantido no tempo pois, o espaço com programa estático e fechado, provavelmente seria alterado com o tempo.
Enquanto Debord reivindica a presença dos fatos sociais na arte, Tschumi, proclama que seu objeto, o espaço, o evento, é o lugar do novo, do atual, do inesperado. Parece talvez um pouco conflituoso o choque do evento Debordiano e Tschuminiano mas, na verdade, ambos estão levantando a importância da cultura em seus objetos, contemporaneizando seus objetos, sejam eles no tempo histórico em que devam acontecer: ontem, hoje ou amanhã. A necessidade de leitura da cultura pelo espectador ou usuário é imprescindível em ambos os casos.
6. ELEMENTOS FORMADORES DO EVENTO“A consicencia espectadora, prisioneira de um universo estreitado, limitada pelo écran do espetáculo”10
“Rem Koolhaas descreveu o Downtown Athletic Club: “Comento ostras com luvas de boxe, nú, no n-géssimo andar”... ...andar de bicicleta na lavanderia, mergulho aquático no shaft do elevador”11Neste trecho, Debord converge os múltiplos eventos presentes em seu objeto de estudo: Consciência, universo estreitado, écran. Ele consegue mostrar pelo menos, três elementos convivendo simultaneamente e convergindo para um único objeto: o espetáculo. Da mesma forma, Tschumi reúne elementos de seu objeto, porém através de uma interpretação mais arquitetônica do que social:
Espaço, programa e ação.
Neste trecho, ambos os autores conseguem reunir em seus discursos a convergência de ações distintas que configurarão o objeto de estudo que estes tratam: o evento. Neste trecho, ambos os autores conseguem se igualar e, se unificar, mesmo que num instante muito rápido e, se tornam um corpo de único discurso: Espaço + programa + ação = evento
Debord:
“A consciência espectadora (ação), prisioneira de um universo estreitado (espaço), limitada pelo écran do espetáculo (programa)”
Comento ostras(ação) com luvas de boxe, nú,(programa indefinido mas, existente)no n-géssimo andar(espaço)... ... andar de bicicleta(ação) na lavanderia(espaço + programa), mergulho aquático(ação) no shaft do elevador(espaço)”
Aqui, o espetáculo Debordiano e o evento Tschuminiano, se encontram em um mesmo discurso, onde ambos os autores, concordam com a forma de como o evento se manifesta: através do espaço, programa e da ação.
É como se aqui, ambos concordassem com a forma do evento que se manifesta através do espaço, do programa e da ação.
7. TURISMO E EVENTO“A mesma modernização que retirou da viagem o tempo, retirou-lhe também a realidade do espaço”12
“nossas experiências tornaram-se experiências de eventos, organizadas estrategicamente pela arquitetura. Estratégia é a palavra na arquitetura hoje. nâo mais masterplans, não mais demarcações em espaços fixos, mas uma nova heterotopia”13
“com as megalópolis mundiais, novos programas são colocados em novas situações urbanas”14O turismo mercadológico contemporâneo pode se encaixar facilmente na definição que ambos autores destacam nestes trechos pois, trata-se de um “novo” programa contemporâneo inserido em uma “nova” situação urbana.
Ao tratar de modernização, viagem e tempo, Debord traz a idéia de um turista que não é mais um descobridor mas sim, um consumidor, enquanto que o espaço que sedia o evento, não é mais um espaço real, mas sim, um espaço programado, organizado para receber este turista, que tenta manter a vida urbana sobre controle e que, dá a sensação de espaço urbano controlado e, sem vida própria.
Nota-se aqui, que o turismo é um evento, e, o turista está para presenciar um espetáculo: a cidade. Este é o ponto que Tschumi alcança onde, diz que, os eventos tem o potencial de se transformarem em projetos de arquitetura ou urbanismo, com a quase abolição dos masterplans, se configurando a cidade em um espaço de experiências organizadas.
CONCLUSÃO: Para concluir o diálogo entre os autores, é mostrada abaixo um quadro resumo dos principais pontos abordados:

Apesar de falarem de temáticas diferentes, um sobre o espetáculo e o outro sobre o espaço arquitetônico/urbano, ambos estão tratando do mesmo objeto: o evento.
As realizações de ações efêmeras no espaço público, é um pano de fundo para que se discuta tipos de ações efêmeras, sejam elas sobre a arte, sobre a cultura, sobre o espaço, sobre humanos, sobre o tempo, etc.
Logo, podemos tirar as seguintes conclusões finais:
1) O espaço que sedia o evento efêmero é de responsabilidade da arquitetura e do urbanismo, seja este evento espetacular ou não.
2) Quanto mais heterogeneidade eventuais, mais possibilidades de questionamentos e crítica por seus usuários.
3) O potencial crítico do evento está na capacidade de ser presenciado e, não de ser visto, imaginado ou transmitido.
4) O evento é formado pela conjugação de 3 elementos: espaço, programa e ação.
Concluí-se então que, quanto mais heterogeneidades forem reunidas em um objeto espacial, maior será a probabilidade de gerar crítica por parte de seus usuários e, a partir do momento que a discussão é levantada, promove-se também o desenvolvimento de uma sociedade mais democrática e mais participativa, sendo assim, uma alavanca para acelerar o desenvolvimento urbano de uma população.
SOBRE A FUTURA DISSERTAÇÃO: EVENTO, ARQUITETURA E CIDADEÀ medida que me aprofundei nestes teóricos, procurei optar por uma linha de pensamento mais clara, não tentando misturar as duas teorias mas sim, utilizar o discurso de ambos para que, se complementem.
Pretendo tratar da cidade contemporânea e a relação dos eventos na cidade, eventos esses que, não necessariamente têm uma escala monumental ou, se fazem como tal mas, sim, procuro entender a relação dos eventos e ações cotidianas e inesperadas na cidade, procurando entender a maneira como esses eventos se desdobram sobre a forma urbana, tentando entender de que maneira a cidade e a forma urbana podem propiciar o surgimento e o favorecimento de eventos inesperados na cidade, para que, assim, haja dinamismo, crescimento, e potencialidade de encontros e trocas entre as pessoas que vivem ou participam do mesmo espaço urbano simultaneamente, como a troca de informações e as comunicações sociais se dão e, desssa maneira, promover uma espécie de manual para o arquiteto que pretende projetar espaços cada vez mais vividos, dotados de imprevisibilidades e sensibilidades, tentando fazer com que, venham à tona, técnicas de atitudes projetuais, que possam servir como instrumentos de projeto de arquitetura e urbanismo.
Ciente de que os usos espaciais são, em muitos casos, imprevisíveis no decorrer do tempo e, o seu uso futuro e a vitalidade espacial estarão comprometidos após alguns anos, é necessário deixar claro que, todo o projeto, todo o espaço e todo o uso, são passiveis de mudanças e alterações de significado, ficando cada vez mais a cidade e o espaço apara que se conformem e reformem de acordo com as necessidades decorrentes de seu tempo.
Ciente também de que, muitas atitudes projetuais acabam por adquirindo usos diversos do projetado logo após a sua construção, é necessário entender que, mesmo que seja levantado um manual de técnicas para projetar eventos e estimular usos e ações heterogêneos em espaços públicos, este não seria capaz de apreender e impossibilitar erros de projeto ou, ainda, impedir que outros usos diferentes ao programa projetado seriam inexistentes, muito pelo contrario, o que eu tentarei fazer aqui é, possibilitar que o arquiteto, possa identificar atitudes projetuais e, entender que, além de projetar um uso específico, ele também está projetando usos imprevistos e, propiciando eventos e ações heterogêneas ao espaço lhe compete o projeto.
Cabe à futura dissertação, levantar técnicas de projeto que além de suprir as necessidades programáticas do projeto que será construído, possibilitar também, conflitos heterogêneos de ações no espaço, conflitos estes que ajudarão a entender o espaço e, dessa forma, possibilitar novos encontros sociais e capacidade de questionamentos e criticas por parte daqueles que convivem no espaço, seja propiciar encontros e sentimentos diversos, estimulando o desenvolvimento de uma sociedade cada vez mais democrática e tolerante às diferenças.
REFERÊNCIAS1.DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997. 4 p.
2.DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997. VIII p.
3.MILES, Malcom, BORDEN, Iain e HALL, Tim. The city culture reader. Routledge, 2000. 155 p.
4.DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997. 30 p.
5.TSCHUMI, Bernard. Architecture and Disjunction, Cambridge, MIT Press, 1994. 256 p.
6.MILES, Malcom, BORDEN, Iain e HALL, Tim. The city culture reader. Routledge, 2000. 155 p.
7.MILES, Malcom, BORDEN, Iain e HALL, Tim. The city culture reader. Routledge, 2000. 155 p.
8.DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997. 184 p.
9.MILES, Malcom, BORDEN, Iain e HALL, Tim. The city culture reader. Routledge, 2000. 156 p.
10.DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997. 218 p.
11.TSCHUMI, Bernard. Architecture and Disjunction, Cambridge, MIT Press, 1994. 256 p.
12.DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997. 168 p.
13.TSCHUMI, Bernard. Architecture and Disjunction, Cambridge, MIT Press, 1994. 259 p.
14.MILES, Malcom, BORDEN, Iain e HALL, Tim. The city culture reader. Routledge, 2000. 156 p.
BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIADEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997
MILES, Malcom, BORDEN, Iain e HALL, Tim. The city culture reader. Routledge, 2000
TSCHUMI, Bernard. Architecture and Disjunction, Cambridge, MIT Press, 1996.